SÃO PAULO - No início do ano, o morador Sérgio Augusto solicitou por duas vezes a poda de duas árvores localizadas entre as ruas Macaxás e Jaíba, na Vila Nair, na zona sul da capital paulista. Segundo ele, elas estavam colocando a segurança de pedestres em risco.
"Está prejudicando a passagem dos pedestres pela calçada, bem como a segurança dos mesmos, além dos veículos grandes que precisam desviar dos galhos. As raízes de uma delas está danificando o piso da calçada e o muro da minha residência está com rachadura já exposta, o que poderá acarretar risco aos moradores da casa e dos pedestres", disse Augusto.
A Subprefeitura Ipiranga informa que já iniciou o trabalho de poda. A administração regional também recolheu os galhos das árvores mencionadas após o começo do serviço. "Vale ressaltar que parte dos galhos está em meio à fiação elétrica e é necessário o apoio da Enel Distribuição São Paulo. A concessionária já foi acionada, e os reparos serão finalizados até a segunda quinzena de junho", ressaltou em nota.
Na zona norte, a moradora Elizabeth Sanches Glielmi pede a poda de duas árvores na rua Parque Domingos Luiz com a rua Amoroso Costa, na altura do número 598.
"As árvores servem de pouso para morcegos se alimentarem e agora os galhos estão tão compridos que atingem o telhado e as janelas dos quartos da minha residência. Já estive na Regional Santana Tucuruvi e me disseram que o serviço foi aprovado, mas a execução está muito difícil", ressaltou ela.
A Subprefeitura Santana realizou o serviço de poda nas duas árvores mencionadas.
A Coordenação de Vigilância em Saúde, por meio da Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ), registrou duas reclamações para o endereço citado. No primeiro chamado a equipe da DVZ vistoriou o local e orientou o munícipe sobre os hábitos dos morcegos. "A segunda reclamação era sobre um morcego morto e a equipe recolheu o animal para exame laboratorial de raiva. A remoção de animais vivos é indicada apenas quando apresentam sinais de doença ou são encontrados dentro de residências", acrescentou a nota.
Morcegos em áreas urbanas
A Divisão de Vigilância de Zoonoses destaca que os morcegos constituem um grupo de extrema importância ecológica, econômica e médico-sanitária. Aproximadamente três quartos das 1.200 espécies conhecidas de morcegos são insetívoras e são importantes na regulação das populações de insetos noturnos, sendo alguns, destes, pragas de lavoura ou vetores de zoonoses.
"A expansão territorial da população humana, o desmatamento e a implantação de empreendimentos contribuem para o deslocamento dos morcegos para as cidades, onde encontram condições favoráveis para a sua permanência devido à grande oferta de abrigos e de alimentos", reforçou o posicionamento.
Os morcegos fitófagos se alimentam de plantas utilizadas em arborização de centros urbanos e de árvores frutíferas plantadas em quintais de casas. A presença de frutos e flores diferentes e disponíveis ao longo do ano favorece a permanência de certas espécies de morcegos nas cidades.
Os principais problemas ocasionados por morcegos fitófagos são: voos rasantes próximos às residências; sujeiras causadas pelas fezes defecadas, ainda durante o voo, nas paredes, carros, água das piscinas e quem estiver passando no local, além de provocar medo às pessoas devido seus voos rasantes dando a impressão de "ataque".
A solução para os morcegos fitófagos é tornar a fonte de alimento inacessível, procedendo da seguinte maneira:
- Poda dos galhos mais baixos
- Retirada manual de flores e frutos
- Substituição por plantas não atrativas aos morcegos
- Utilização destas plantas em áreas afastadas das residências
"Os morcegos são mamíferos considerados úteis ao homem e à natureza devendo ser preservados. Além disso, fazem parte da fauna brasileira e, portanto, protegidos pela Lei Federal nº 9605 de fevereiro de 1998", reforçou a nota.
Queda de árvores em Santos
Moradores do litoral paulista relataram a queda de árvores na avenida Siqueira Campos e na avenida Guiaião, no bairro Boqueirão, e na rua Vahia de Abreu, no bairro Aparecida. Eles cobram providências da prefeitura da cidade.
"Além disso, é preciso evitar a poda irregular de árvores para não prejudicar as raízes e toda sua sustentação. Deveria ter um programa de proteção com o plantio de árvores com raízes mais profundas", disse o morador Cláudio Magalhães.
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Santos (Seserp) informa que as árvores caídas nas ruas mencionadas foram retiradas. As chuvas atrapalharam a retirada delas, já que colocavam em risco a segurança de funcionários.
A Seserp informa ainda que as podas são realizadas pela Coordenadoria de Paisagismo (Copaisa), da Secretária de Serviços Públicos, com autorização dos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) e obedecem os termos da lei 973, de agosto de 2017.
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