SÃO PAULO - Pacientes e familiares se queixam de falta do remédio Betainterferona, no Ambulatório de Especialidades Várzea do Carmo, localizado na Rua Leopoldo Miguez, 327, no Cambuci, na região central da cidade. A reportagem da 'Blitz Estadão' foi até o local, nesta sexta-feira, 5, e observou que é grande o número de pessoas que procuram a unidade médica.
Um familiar, que preferiu não ser identificado, relatou o drama do pai. "Ele tem 58 anos e foi diagnosticado com esclerose múltipla há um ano. Sem o remédio, o quadro médico das pessoas com a doença crônica piora bastante, com novos surtos e a regressão do tratamento. Um detalhe importante é que o Interferon custa muito caro, mais de R$ 7 mil. A maior parte dos portadores acaba realmente ficando sem alternativa", lamenta.
Maria de Lourdes, 47, anos, é paciente da unidade médica da região central de São Paulo e confirma: "Hoje mesmo um senhor foi embora do ambulatório dizendo que não encontrou o medicamento que ele toma. Tem vezes que os atendentes até dizem que não há previsão para a chegada de alguns remédios de alto custo".
Em nota, o Núcleo de Assistência Farmacêutica esclarece que o medicamento Betainterferona 1A 44mg está disponível na Farmácia de Alto Custo Várzea do Carmo. A indisponibilidade temporária decorreu de atraso na entrega de medicamento por parte do Ministério da Saúde, responsável pela aquisição e distribuição do medicamento aos Estados.
Procurado, o Ministério da Saúde informou que o fornecimento do medicamento Betainterferona para o Estado de São Paulo está regular. Foram solicitadas 9,6 mil seringas de Betainterferona de 22mcg, que foram entregues no dia 17 deste mês. Para Betainterferona 44mcg, foram solicitadas 25.812 seringas e entregues em duas datas: 17 e 25 de abril. Portanto, todo quantitativo solicitado foi aprovado e entregue à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. "Cabe informar que a distribuição nos municípios e nas farmácias é de responsabilidade do Estado", reforçou a nota.
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