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O dia já estava claro quando a Império da Casa Verde, última escola do Grupo Especial de São Paulo, entrou no Sambódromo do Anhembi. Com enredo Samba, Sabor, Cerveja, a escola da Zona Norte contou a história da bebida, do cultivo no Egito até o consumo nos dias atuais.
No começo do desfile, o vice-presidente da agremiação, Junior Marques, lembrou as dificuldades que a escola enfrentou este ano para chegar na avenida. "Sofremos com a chuva, mas conseguimos, fizemos tudo de novo para vocês", disse o dirigente, ao se referir às duas enchentes que danificaram as alegorias da escola.
Na avenida, a escola não decepcionou o público, que ficou até o final. A bateria ousou com suas paradinhas e algumas alas vieram coreografadas. O samba-enredo da escola não esqueceu de mencionar a cervejaria que patrocinou seu carnaval: "Em cada nova esquina, um cervejão", dizia a letra que embalava os ritmistas.
O quinto e último carro da escola homenageava a Camisa Verde e Branco, escola madrinha da Império da Casa Verde, que há duas décadas venceu o carnaval paulista defendendo o mesmo tema. No final do desfile, já na dispersão, a última ala da escola soltou balões com o símbolo de trevo de quatro folhas que trouxe durante todo o desfile. (Daiene Cardoso)
Confira o samba-enredo da Império de Casa Verde:
Dádiva dos deuses
Embriagado de alegria vou contar
Uma lenda diz que pra ser feliz
No Egito foi preciso cultivar
Grande paixão, perpetuando as celebrações
Espalhou-se pelo mundo, ganhando forma e teor
Na mitologia sagrada se tornou
É ripa na chulipa meu amor
De gole em gole uma alucinação
Sabor de magia na imaginação
Na caça às bruxas, balançou mas não caiu
Se modernizou, evoluiu
Atravessou o imenso mar foi Cauim louvou Jaci
O "Seo" Nassau aqui chegou
Até o Dom João bebericou
Propagou, o delirante ouro líquido
Com o alemão a bebedeira foi geral
Pro povão seja loira ou morena
Preferência nacional
No meu Brasil fez história, é quem faz a festa rolar
Na mesa de bar, em qualquer lugar
Garçom desce a cerva eu quero brindar
A ti Madrinha Querida, trevo da inspiração
Em cada nova esquina um cervejão
Vai clarear!!! Vem meu Império
A Caçula do Samba pede a saideira
A mais nova sensação
Faz do meu Tigre Campeão