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Crônica, política e derivações

Certeza, nunca. Nunca mais!

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Por Paulo Rosenbaum
Atualização:

 

 

 Foto: Estadão

Dia em homenagem às vítimas do Holocausto

  ????????  (Yom HaShoah)

           A reedição do ódio

 

        http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-reedicao-do-odio,1146943,0.htm

 

                          http://www.estadao.com.br/noticias/inter...

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 Certeza nunca. Nunca mais.

Tivera convicções, mas se convencer não fazia parte de sua personalidade.

Para ele, personalidade não passava de uma constância artificial, o simulacro de unidade que inventamos para nós mesmos.

No meio da estação realizou, não havia escapatória. Nem ficar, nem fugir.

Diante das portas abertas dos vagões, sua vida se recusou a passear pelos olhos.

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Nenhum flash back. Numa multidão espremida com a esperança de sobreviver, perturbou-se em ser só mais um.

Até a morte merecia uma marca individual. Número tatuado na pele? Removido do mundo com uma pá?

Retrocedeu meio passo e virou-se ao oficial. No bolso, um lápis bem apontado esperava a oportunidade.

Pediu  papel.

Desconfiado, trejeitos lentos e olhando em volta, o soldado cedeu.

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O poeta escreveu rápido, empurrado sob o som dos alto falantes:

- Entrem nos vagões Vamos partir, vamos partir, vamos partir

- As malas ficam.

--Tudo fica.

Subindo, empurrou o poema com o pé, que despencou no vão.

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Assim que o trem zarpou, o SS, intrigado, ordenou que se recolhesse o papel dos trilhos:

"Fomos partidos, voltaremos inteiros"

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