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Crônica, política e derivações

Chilique conservador

Por Paulo Rosenbaum
Atualização:
  Foto: Estadão

Examinando minhas referencias especulei: hoje o que é ser conservador? Não gostar de pichação, estranhar ônibus queimado, deprimir-se com avenidas interditadas, imaginar organização, cidades limpas, uma direção que guie ao sonho. O populismo deforma os espelhos. Inverte as leituras. Esqueçam formação. Não preparem pessoas. Qualquer coisa serve. Reescrevam Machado, Alencar e Joyce. Daqui em diante e para todo sempre, tudo será mastigado, achatado, pré metabolizado.  Renda, saúde e educação. Abaixo critérios estéticos. Acabem com todo esse rodeio ético. Incorporem a bagunça. A anomia, norma. O crime como forma. Mídia que desinforma. O desvio, rotina. A vida na defensiva. O País está demente. Linchem a granel. Bruxa ou inocente. Esfolem a vontade. Não há mais ninguém imune num mundo impune. Comprar consciências está moleza. A campanha está no papo. Obras sem fim. Inacabadas. O marketing bombado nos partidos alugados. Pesquisa de intenção. Está na mão. O rendimento no regaço. Funcionalismo no inchaço. Trabalho, conceito burguês. Política, gosto do freguês. O discurso do mestre. Precisamos de ajustes? Maquie os embustes. Esforço é elitista. Mérito, golpista. Aparelhamento está na meta. Pau na classe média. Poesia virou funk. Cultura, descarte. Esqueçam o cerrado, destaque ao senado. Viram no que deu? Entra a turma do despiste. Se a fraude é contumaz. Escondam na Petrobras. E nada de mensalistas. Escolham diaristas. Criem regras flutuantes. Limites redundantes. E viva o balão de ensaio. O Bolão da República. Ele está de volta. Criticar virou golpismo. A esquerda, direita. O materialismo, liberalismo. O capitalismo, socialismo. Ainda bem, fala baixo, não descobriram o niilismo. A última saída do abismo.

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