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Crônica, política e derivações

O que não vimos?

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Por Paulo Rosenbaum
Atualização:

 

 Foto: Estadão

 

Não vimos barcos, nem velas

no horizonte, chão espesso,

nem piso, nem recomeço

Não vimos volta

 do exílio, iminente

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as salvaguardas, fluídas

No isqueiro, imenso

Não vimos a censura,

de revista em revista

nos privar da leitura

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Não vimos calçadas,

E, perdendo o átomo,

Miramos o concreto

a matéria, o minério

 

Não vimos tempestade, nem areia,

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enquanto sonhos se revezavam,

as provas, robustas,

o tirano acuado

mas, no rito do impedimento

migramos de volta ao relento

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Enxerguemos no tempo,

 dobra do espaço,

obliqua janela,

notável advento,

a indecifrável rota

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que finda o tormento.

http://brasil.estadao.com.br/blogs/conto-de-noticia/o-que-nao-vimos/

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