Paulo Rosenbaum
02 de maio de 2019 | 10h52
Paz infinda
Tua armada nos segura
assegura-nos a inconformidade,
Defende-nos do medo e das bombas
Sem massacres ou massacrados.
(poetas também são cegos à visão estratégica dos militares)
Este terror nos é caro.
E é a própria luta quem vence protagonistas.
Vencidos prosperam, ruidosos saem triunfantes,
Crianças perderam mais uma vez.
Os que amam a morte morrem,
Nós?
Morremos sem nada, sem riquezas, sem poder,
sem imagens.
Guerras são exuberantes insucessos
Na grande exposição de anti-heróis
Agora sim, tomados pelo destino
Destino que reclama sua insolvência
Na proclamação do fim barato
Os que sabem do que falamos
que paz é esforço maciço
uma vivência de acrobatas
nos minilapsos na história da predação,
solidarizem-se.
A paz é deliciosamente infestante
E a guerra, nos silencia na surdez das devastações
Qualquer cessar-fogo é um bem
(jamais conheceremos paz infinda
ainda que seja Isso)
A terra não será devastada pelas tribos
Eretz é um centro para todos.
judeus e árabes,
semitas e os sem etnia.
dos sem raça aos sem religião.
dos sem religião aos sem terra.
Mas os mercenários blasfemos
ainda insultam a vida
impondo a macabra intolerância
jogando crianças no front,
sequestrando a esperança
Para bem dentro de fumaças indissipáveis
Iremos, relutantes decerto, à luta!
As hostes da morte
na licenciosidade criminosa,
treinados para nada pedir,
exigem martírios
Iremos ao confronto.
Sempre que o amor à morte impor a destituição da vida
Sempre que parques estocarem foguetes
Sempre que creches forem berços de projéteis.
Um aviso:
Aos governantes que perderam o controle.
Enquanto habitantes pensaremos (ou sonharemos, pouco importa)
Em modos de resistir aos novos pesadelos.
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