Indique-me um, apenas um. Alguém que enxerga com clareza. Que distingue o rigor do emaranhado. Que não foi cego pelo excesso de interpretações. Quem se exaspera em uma democracia? Aqueles que governam? Quem fala tua língua? Quem ilude a montante? O jogo de cena chegou ao fim do tablado. Agora teremos que aceitar, de qualquer
Poesia de Transição “Ao enxergar tua dispersão, uni-me.”, foi o que escrevi para Fernando Pessoa. O título do livro de Mario Sá Carneiro “Dispersão” antecipou a evidência. O estado das coisas nos varre afora. As versões vivem dos simulacros. O momento nos aflige, e, a distração, é quem colide com a objetividade. A perspectiva, substituída
Hoje é muito, a noite do mundo. Hoje é fundo, ao largo de tudo. Dia da escala primeva, pristina. Movimento, obra prima. Hoje se sabe, o valor é enganoso, a certeza, inútil, a decisão, instável. Hoje é o dia sem recuos. Não se enganem. Não é só o homem: são as forças, todas as capacidades,
O que? Minha respiração. Minha capacidade de ficar à deriva. Os ossos dos nossos ofícios. Não te falei? Era esse o recado. Um País só fica de ponta cabeças quando ninguém sente a gravidade. Não há trocadilho senhor. Eu ouvi perfeitamente. Não creio que um humanista tenha tentado, deliberadamente, ofender leitores. Mas é estranho,
Quem radicalizou foi o poder Nunca houve como saber de antemão. Foi em paz. Qual será o lado certo da história? Uma máxima precisa ser considerada: a obediência à tirania é uma modalidade de golpe. Democracia não é jogo estático. Se não existem lobos, tampouco ovelhas. A quem interessa a aversão, a repulsa e
O problema em blindar um poder insustentável, é ficar trancado por dentro. Vale tudo para barrar o nada a ver! Se eles chamavam de herança maldita a bonança que receberam, fica-se a pensar como chamar o entulho que estão nos legando? O Estadista precisa de elegância, inclusive a de não contemporizar. Já que não há
Neutralizem-nos. Desfazer é a palavra. A concessão ao ódio, pueril. A profusão sentimental, irreflexiva. Justiça instantânea, perigosa. Destoar da hegemonia é girar, numa outra direção. Evidente, tudo pode mudar. Uma revolução pode operar no silêncio. A política é lábil, mutante, ciclotímica. Distorçam-na como arte ou torçam nas arenas. Aprender a esquecer como convém aos pactos
Eles querem conversar? À vontade. Quem ainda é líder? Ouço que estamos a deriva, mas é mais. Bem mais. Embarcações extraviadas ainda costumam contar com timoneiro, um marujo senior, algum almirante aposentado. Nós não temos nada, nem contamos com ninguém. Somos passageiros encurralados em meio a uma epidemia de negação. Quem não sabe que o