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Breves análises de política e sociedade

Bardot entre as peles e a islamofobia

Por Silvia Feola
Atualização:

 

Protestos em defesa dos animais, liderados pela Fundação Brigitte Bardot, invadiram o lado de fora do desfile da Fendi no dia 08 de julho, semana da alta-costura de Paris. Esse ano, a Fendi comemora 50 anos do estilista Karl Lagerfeld na direção artística da marca e a coleção causou controvérsia por ter sido composta inteiramente de peles de animais.

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Lagerfeld é conhecido por suas declarações  e atitudes polêmicas. O estilista alegou que a ideia do uso de peles nesse desfile foi o modo encontrado para celebrar a origem da marca, uma vez que a Fendi surgiu como uma casa de alta-costura dedicada à peleteria. Num passado recente, já tinha se defendido das críticas do uso de pele animal com o argumento de que esse tipo de indústria está cada vez mais reduzido, o que significa que hoje morrem menos animais e que esse é um setor que tem gerado constantemente menos empregos; também apontou para a posição contraditória daqueles que se opõem ao uso de pele, mas comem carne.

Veementemente discordantes da posição de Lagerfeld, os ativistas do desfile em questão eram liderados pela Fundação da não menos polêmica Brigitte Bardot. Embora seja uma importante referência na luta pelos direitos dos animais, Bardot também coleciona em sua biografia uma lista de declarações homo e islamofóbicas.

Casada com um membro da Frente Nacional, partido de extrema-direita francês, liderado por Marine Le Pen, chegou a ser processada e condenada a pagar multas por incitação ao racismo.

Infelizmente, embora Bardot acredite que os animais devam ter seus direitos seguramente protegidos, aparentemente ela não pensa ser um dever proteger os direitos de todos os cidadãos igualitariamente.

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