Silvia Feola
04 de maio de 2016 | 13h39
O desfile da Chanel em Cuba era a gota que faltava para mostrar ao mundo – e particularmente, ao Partido Republicano – que Obama estava certo: o melhor modo de acabar com o comunismo na ilha é se aproximar dele.
Desde o aquecimento das relações entre os dois países, a população viu desembarcarem em solo cubano, depois de 88 anos, o próprio presidente americano, em visita oficial à ilha, os Rolling Stones, e agora Karl Lagerfeld e sua trupe, com diversas modelos e atrizes famosas, incluindo Gisele.
E Lagerfeld não trouxe com ele apenas um desfile de moda.
O diretor criativo da Chanel disse a Reuters que o show era uma “homenagem à riqueza cultural e à abertura de Cuba”.
Um dos destaques da coleção – usado inclusive por muitos dos seus convidados – foi a clássica boina de lã, a beret.
A beret teve o poder de integrar um dos artigos mais tradicionais da cultura francesa – país de origem da marca Chanel – a um dos símbolos mais importantes da revolução cubana, Che Guevara.
De fato, cumpriu seu papel: através de um artigo do vestuário Lagerfeld deixou claro como ninguém que Cuba está aberta ao mundo. Não há mais volta.
É a moda subvertendo os significados, para o bem ou para o mal.
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