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Breves análises de política e sociedade

Novo consumo para um consumidor novo

Quando compramos de um grande conglomerado, geralmente compramos reprodução de objetos, os quais tiveram pouco ou nenhum investimento em criação.

Por Silvia Feola
Atualização:

Não raro, as cópias são inspiradas em modelos advindos de outros países. Isso vale para as áreas de moda, acessórios e design de modo geral.

Essa é uma semana agitada de eventos na área de criação de moda e design, que vão além da São Paulo Fashion Week.

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Nos próximos 15 dias estão previstas quatro feiras cujo intuito é impulsionar projetos de economia criativa.

Todas têm em comum a valorização da economia criativa, isto é, um tipo de economia impulsionada pelo trabalho de criação de cada produtor.

Tendo que concorrer com quem é capaz de executar e distribuir sua produção em larga escala, os pequenos empreendedores colocam na criação o seu diferencial, o que transparece tanto no resultado final do produto, quanto também, muitas vezes, nos meios de produção que levaram a ele.

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Nesse sentido, a economia criativa é ao menos potencialmente capaz de promover maior distribuição de renda. Comprando do pequeno, variamos as pessoas para as quais distribuímos nossa riqueza.

Para esse tipo de atividade, as feiras têm sido uma das principais portas de promoção e um meio eficaz de intermediação com o público.

Um público, aliás, que se apresenta como um novo tipo consumidor, um tipo que parece buscar espaços de comércio que atendam mais do que a compra pela compra; espaços que envolvam outras experiências sensoriais e de vida.

Em suma, outras experiências de consumo.

Esse novo consumidor está mais atento à sustentabilidade, originalidade e qualidade dos produtos.

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Entre os dias 28 e 29 de abril acontece a 3a. edição do "Pitanga, Curadoria para Crianças", na Casa Panamericana.

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A grande maioria dos projetos que participam da feira é encabeçada por uma nova categoria de trabalho, a das "mães empreendedoras", mulheres que mudaram de carreira com o nascimento dos filhos, em busca de maior qualidade de vida.

A feira reúne mais de 50 marcas e produtores autorais de diversas áreas, do vestuário ao design, passando pela literatura e gastronomia, todas voltadas para o universo infantil.

Criado em 2015 por Denise Niz e Gustavo Santos, o Pitanga opera como uma plataforma para reunir criadores que prezam a qualidade, o design e a inovação em suas produções. Além do enfoque na economia criativa, o espaço também tem por objetivo proporcionar uma experiência diferente de consumo.

"Nossas pesquisas indicaram que as mães gostariam de encontrar boas opções para os filhos em um mesmo lugar, longe dos shoppings, em ambientes mais tranquilos e com uma seleção apurada, por isso investimos em curadoria e em uma locação charmosa e de fácil acesso", afirma Denise.

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Contando com uma seleção de comidas orgânicas para serem apreciadas no local, a feira também promove oficinas de atividades para as crianças.

 

 Foto: Estadão

Oficina Ju Amora no Pitanga/Imagem de divulgação

 Foto: Estadão

Bododo, uma das marcas no Pitanga/Imagem de divulgação

 

Um pouco na mesma linha do Pitanga, nos dias 29 e 30 de abril tem o Mercado Manual, projeto da Rede Manual, no Museu da Casa Brasileira.

Pensando em atender toda a família, a programação vai desde oficinas de estamparia com carimbos e reciclagem de materiais, como camisetas, até yoga e jazz numa grande área verde.

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Entre sábado e domingo, o Jardim Secreto ocupa o Chez Oscar para a 10a. edição do Chez Market, uma feira de pequenos produtores, cuja maior parte expõe produtos artesanais de várias áreas, que vão também da gastronomia à decoração.

Na próxima semana, a partir de 04 de maio, há a Feira Rosenbaum. Com curadoria de Cris Rosenbaum, o projeto é definido pelo "incentivo e valorização da produção nacional e artesanal".

Eventos assim têm a capacidade de dialogar bem com essa nova categoria de consumidor, que se mostra cada dia mais expandida.

Talvez possamos dizer que é mesmo a tese do livro Consumo Autoral se concretizando.

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