O Vaticano anunciou em maio o reconhecimento do Estado da Palestina e seu apoio à solução de dois Estados para o fim do conflito com Israel.
Hoje, a Santa Sé deu um passo a mais: o ministro de Relações Exteriores do Vaticano, Paul Gallagher, assinou um tratado com o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riad al-Malki, que visa garantir os direitos da Igreja Católica nos territórios palestinos.
O acordo histórico não implica apenas na consolidação do reconhecimento da Palestina como Estado pelo Vaticano.
Mais importante é o fato de que, com isso, a ANP (Autoridade Nacional Palestina), comandada por Mahmoud Abbas, ressalta a sua moderação.
A estratégia da ANP tem sido, cada vez mais, direcionada ao campo diplomático e jurídico, na tentativa de se posicionar perante o mundo como um Estado que tem todas credenciais para legitimar sua soberania.
Depois de conseguir conquistar o status de Estado observador não-membro na ONU, a ANP aderiu ao Estatuto de Roma e, com isso, ao TPI (Tribunal Penal Internacional), no qual denunciou Israel por crimes de guerra.
Mostrando-se mais aberta e moderada, a Autoridade Palestina faz um contraponto à atual corrente direitista e belicosa que governa Israel e que tem colocado o país numa situação desconfortável com a comunidade internacional.
Garantir os direitos dos católicos e das Igrejas católicas em seu território é uma chance de a ANP mostrar ao mundo que é capaz de respeitar direitos individuais, preenchendo as expectativas dos países ocidentais.