Edmundo Leite
31 de agosto de 2016 | 20h15
6 de junho de 2013. Um pequeno grupo com a ilusão infantil de que o transporte público deveria ser gratuito a todos sai às ruas de São Paulo para protestar contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo de R$ 3,00 para R$ 3,20. Atos de vandalismo de manifestantes e a repressão truculenta da polícia fizeram com que o movimento tomasse outro rumo.
O bordão “não é só pelos 20 centavos” pegou e contagiou uma massa maior saudosa dos caras pintadas de 1992 e alguns dias depois as mais diversas causas viraram pauta para protestos “contra tudo isso que está aí”. Estabeleceu-se então, com a ajuda das redes sociais na internet, a cultura do protesto para tudo. Assustado com o monstro gigante que criou e com seu rápido crescimento, o grupo da ilusão infantil da passagem grátis pulou fora 20 dias depois.
Três anos depois, com a cultura do protesto de rua consolidada, o Congresso Nacional aprova o impeachment da presidente Dilma Rousseff, reeleita em 2014 para o seu segundo mandato. No mais, como cantava Arnaud Rodrigues, “não há considerações gerais a fazer. Tá tudo aí, tá tudo aí… para quem quiser ver.”
Estadão – 7/6/2013
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