O gorrinho vermelho deu lugar ao lacinho colorido e iluminado na avenida Paulista. No concorrido passeio para ver as luzes de Natal neste domingo, o adereço brilhava na cabeça de meninas de várias idades ao longo do percurso.
Vendida a oito reais por camelôs espalhados em vários pontos, a tiara com o lacinho luminoso da Minnie deu um ar de alameda da Disneylândia à avenida.
Bastava dar alguns passos para se deparar com garotas orgulhosas do enfeite posando para fotos, no ombro dos pais ou zanzando no meio da multidão.
Os meninos, marrentinhos cada vez mais cedo, não deram muito bola para a opção com chifrinhos vermelhos também encontrada nos improvisados estandes dos camelôs. Alguns preferiam posar de bad boys, fingindo não estarem maravilhados com a decoração de natal, a iluminação dos prédios, o mar de gente e as estátuas vivas das mais variadas.
É mais ou menos a atitude blasé de muita gente boa que mora em São Paulo, principalmente na região da Paulista, e torce o nariz para a festa. Esse pessoal costuma amaldiçoar o trânsito e a multidão que tomam conta da avenida, mas faz a mesma coisa quando estão na Times Square, em Nova York, em Picaddily Circus, em Londres, ou na Champs Elysees, em Paris.
Também tiram foto a dar com pau, mas posam de anti-turistas descolados e desdenham desses dias de diversão natalina na mais tradicional via de São Paulo. Aliás, já faz um tempo em que a Paulista está fervendo, não só no horário comercial, mas também de noite, com uma agitação digna de qualquer um dos lugares citados acima.
A nova gestão municipal que está para começar bem que podia ficar mais atenta a isso e voltar a liberar o comércio de comida de rua e outras atividades ambulantes que, se devidamente fiscalizadas e controladas, podem contribuir para um astral ainda melhor.