Edmundo Leite
13 de fevereiro de 2011 | 20h43
Ronaldo começou a brilhar muito no futebol em 1993. Aos longos desses anos pude noticiar vários fatos de sua carreira: o contrato vitalício com a Nike, a atuação inesquecível pelo Barcelona nos gramados espanhóis, a eleição como melhor do mundo, a grande atuação na Copa de 98 ofuscada pelo dramático e polêmico mal-estar na véspera da final perdida, as contusões, as confusões, os títulos ganhos e os perdidos, as transferências, os contratos milionários… Com o fim da carreira nos gramados, as notícias serão outras. Assim como Pelé até hoje é notícia, Ronaldo ainda vai estar por muitos anos presente nos noticiários mesmo sem jogar.
Na Copa de 2002, tive o privilégio de acompanhar de perto a sua magistral atuação ao lado de Rivaldo na conquista da Copa na Coréia e no Japão. Nas entrevistas, ficava nítido que Ronaldo, além de superior aos companheiros em campo, era também fora dele. Craque de primeira grandeza e carisma ofuscante. Vi Beckham ser ignorado por jornalistas ingleses enquanto aguardavam pela presença do brasileiro. Vi jogadores de primeiro escalão da seleção brasileira parecendo meninos deslumbrados ao seu lado.
Mas a imagem que mais me marcou na trajetória de Ronaldo foi a de fãs coreanos o aguardando no aeroporto de Bulsan na chegada da seleção brasileira ao país asiático. Um deles parecia fazer questão de se parecer com o ídolo, apesar das intransponíveis diferenças de traços orientais e ocidentais.
Alguns chatos dirão que os garotos eram apenas manipulados pela maciça propaganda do patrocinador. Besteira. Carisma é algo que nem o mais milionário dos investimentos pode forjar.
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