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Memória, gente e lugares

Por um novo jeito de dar o número do celular

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Por Edmundo Leite
Atualização:

Com o acréscimo de um dígito nos números de telefones celulares se expandindo, uma pequena mudança de comportamento lingüística talvez seja necessária: mudar a maneira como falamos o número de nossos celulares.

Em vez de duas seqüências de números, como fazemos atualmente

9 8765-4321

Dividir o número em três seqüências de três

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987-654-321

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Aqui em São Paulo, onde desde junho do ano passado o dígito 9 foi acrescentado, ainda é comum ver muita gente se atrapalhando quando vai dizer o número do celular para outra pessoa.

Como o hábito de anos era falar duas seqüências de quatro números rapidamente, o 9 na frente provocou um nó na cabeça de muitos. Travam logo após o quarto número e param para pensar como continuar. Geralmente, principalmente quando há algarismos repetidos, um número se perde e a pessoa começa a repetir a seqüência lentamente para o interlocutor, igualmente atrapalhado na hora de teclar os números em sua agenda.

Alguns driblam essa espécie de trava-língua, falando pausadamente “nove”... antes de seguir com os oito seguintes. Outros simplesmente optam por dizer o número com oito algarismos e acrescentar no final a expressão “com um nove na frente”. O que cria um novo pequeno problema, pois, mesmo estando cansada de saber que há sempre um nove na frente, a pessoa anotou oito números no teclado e terá que voltar ao começo para colocar o 9 sem se atrapalhar com as teclas de retroceder e deletar.

Outros optam por jogar o problema para o interlocutor, propondo ligar imediatamente para a outra pessoa, de modo que seu número fique gravado no celular dela. E aí é a outra pessoa que começa a se atrapalhar para dizer o seu número para o que estava atrapalhado antes.

Alguns desenvoltos em tecnologia poderão achar que essa questão é uma bobeira, que há inúmeros aplicativos para converter os números antigos à nova ordem. Não é, pois não se trata de tecnologia, mas de comportamento social.

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Na rua, nos ônibus, estações de metrô, bares e outros locais onde ainda existem encontros casuais as pessoas simplesmente falam seu números para as outras. E aí não há aplicativo que resolva. Se tiver que falar rapidamente e quiser que não esqueçam ou anotem seu número errado, fica a dica: fale o número em três seqüências de três.

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