O curso já rendeu dicas valiosas. Seja na experiência dos outros repórteres durante as palestras, seja nos textos que produzimos.
Aprendemos com o coordenador e professor Francisco Ornellas que parentes, amigos e conhecidos nunca são personagens. Precisamos sair do nosso núcleo social, conhecer novas pessoas, novas realidades. Lugar de repórter é na rua. Parece óbvio, mas não é. O telefone é um convite ao comodismo.
Quanto à qualidade do conteúdo, definir os especialistas citados na matéria é uma escolha crucial. O repórter Alexandre Gonçalves, da editoria Vida do Estadão, aconselha que, em caso de uma matéria sobre ciência, sempre devemos consultar o Currículo Lattes do entrevistado. Até porque o contato desses especialistas sempre aparece no Lattes, ou então, tem o nome da universidade de origem, o que pode auxiliar na hora de conseguir os telefones e e-mails.
Apliquei a dica do Alexandre para a cobertura das eleições e deu certo. Resolvi fazer a matéria sobre a confusão das eleições para governador no Distrito Federal e, olhando o currículo dos especialistas em política, resolvi entrevistar o professor David Fleischer, professor emérito da Universidade de Brasília. Porém, não consegui falar com ele e consultei outro especialista, também da UnB, o professor Ricardo Caldas. Todos baseados pelo Currículo Lattes e a boa relação que eles têm com a imprensa - para isso, consultei o nome deles no Google e vi outras entrevistas concedidas.
Aprendi, então, que é sempre bom procurarmos as melhores fontes possíveis. A pluralidade nos socorre quando algum especialista não puder nos atender. É bom lembrar que as fontes não estão sempre à nossa disposição e precisamos encontrar as agendas. Além disso, as várias vozes e faces deixam a matéria mais rica e mais gostosa de montar, como um quebra-cabeça cheio de peças instigantes.