O caderno de economia de um jornal pode causar arrepios em muitos estudantes de Jornalismo. Mas, depois de uma conversa com a editora da Agência Estado Marisa Castellani, os assuntos econômicos perderam um pouco da sisudez. Tornaram-se mais palpáveis.
Responsável por um dos produtos da Agência, o AE Broadcast, Marisa costuma dizer que no seu trabalho a pressa deve ser amiga da perfeição. Daí nasce a credibilidade. Na produção de notícias para o mercado financeiro, disputam-se os segundos. Atrasos e incorreções geram erros de tomada de decisão na hora de investir - e prejuízos aos assinantes.
Em dias de divulgação de importantes indicadores, repórteres passam, por telefone, à editora os números que preencherão os espaços em branco de um texto previamente elaborado. No instante seguinte, com a informação no ar, inicia-se a produção de análises e cenários consolidados, observando as movimentações de mercado. A eternidade é o próximo minuto, uma das regras do tempo real.
Apesar da rotina, Marisa esboçou, em cada gesto e entonação de final de frase, tranquilidade e muito bom humor. Com linguagem simples, ela nos explicou a crise econômica de 2008 e clareou termos nebulosos como derivativo, mercado de títulos, subprime e outros tantos com os quais nos deparamos diariamente nos jornais.
É claro que temos muito a aprender, tanto que Marisa encerrou a palestra com dicas de leitura para quem tem pouca familiaridade com a economia. Diante da guerra cambial, tema que ganha força nos noticiários, parece oportuno começar os estudos já.
Livros recomendados:
Salve-se quem puder: uma história de especulação financeira, de Edward Chancellor
Princípios de Macroeconomia, de N. Gregory Mankiw