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O dia a dia dos alunos Curso Estado de Jornalismo

Ângela Bastos e Beatriz Jucá: os recursos da internet para grandes reportagens

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Por Carla Miranda
Atualização:
Beatriz Jucá e Ângela Bastos - Semana Estado 2015. Foto: Lucas Lopes

Por Júlia Corrêa e Luciana Amaral

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Ao decorrer da história do jornalismo, as grandes reportagens tiveram destaque no meio impresso. Algumas delas inclusive viraram obras importantes da literatura brasileira, como os relatos da Guerra de Canudos feitos por Euclides da Cunha, publicados no Estadão em 1987, e transformados no livro Os Sertões.

Com a chegada da internet, essa forma de narrativa ganhou novas possibilidades. É o que afirmam as jornalistas Ângela Bastos, do Diário Catarinense, e Beatriz Jucá, do Diário do Nordeste. Elas são as responsáveis pelas grandes reportagens "As quatro estações de Iracema e Dirceu" e "O Quinze", respectivamente, ambas com repercussão nacional pela qualidade dos textos e da utilização multiplataforma do conteúdo.

Ângela começou na profissão quando somente o texto para o jornal impresso era exigido dos repórteres, porém, viu a web se tornar um meio imprescindível para o jornalismo. "Me deparei que não podia mais fazer só o texto. Hoje não consigo me conceber só pensando nele. É a premissa para todo jovem repórter."

Para Beatriz, esse processo de transição fez com que o online fosse "vilanizado" por alguns. Contudo, ela acredita que a internet oferece cada vez mais recursos para o jornalista tirar proveito. No caso da reportagem de "O Quinze", finalista do Prêmio Esso de 2015, ela ressalta que o mini documentário publicado online sobre a seca do Nordeste permitiu que o público compreendesse de forma mais consistente a situação da população local.

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A repórter de Santa Catarina lembra que, apesar das múltiplas ferramentas existentes, é preciso, em primeiro lugar, ter uma boa história para contar. "Não adianta ter só imagem bonita. Tem que ter conteúdo, e do bom. Quando elaborei a pauta, já pensei que deveria ser multimídia. Vislumbrei para a internet e pensando para a televisão também."

É a existência de uma boa narrativa que costuma convencer os jornais a investirem em um material sofisticado distribuído em diversas plataformas, considera Beatriz. Na opinião de Ângela, uma grande reportagem adaptada aos novos meios não apenas gera mais audiência como ainda atrai leitores qualificados e que se envolvem com a matéria. "Não é uma leitura fácil. Leva pelo menos uma hora para ver tudo com calma."

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