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'Consumo de informação será majoritariamente por áudio', diz Thiago Barbosa

Gerente de jornalismo da CBN Barbosa fala das mudanças na maneira de se produzir conteúdo radiofônico

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Gerente de jornalismo da rádio CBN, Thiago Barbosa falou sobre radiojornalismo e modelos de negócio Foto: Estadão

Por Vinícius Passarelli

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Palestrante do painel "Rádio a todo momento", da Semana Estado de Jornalismo, o gerente de jornalismo da rádio CBN, Thiago Barbosa, acredita que o consumo de informação no futuro será majoritariamente consumida por áudio. E enxerga isso como um bom horizonte para quem faz jornalismo radiofônico.

"As pessoas vão ter cada vez menos contato físico com seus aparelhos, vão existir caixas de som inteligentes espalhadas pela casa e as pessoas vão consumir cada vez mais informação por áudio. Quando as pessoas forem buscar informações nesse novo modo de conversar, de dialogar com as máquinas, vai ser com quem faz jornalismo nos moldes do rádio hoje em dia", afirma o jornalista.

Essa mudança na maneira de consumir o conteúdo jornalístico já tem feito com que os profissionais do rádio busquem modos diferentes de produzir e apresentar seus conteúdos para os ouvintes. Barbosa diz que se tem buscado cada vez mais produzir materiais especiais e conteúdos extras, que não vão ao ar na emissora e são feitos para o site ou para podcasts.

"A gente tem agregadores por assunto, agregadores por jornais, a gente tem as entrevistas, a gente tem no nosso site uma relação com os principais destaques do dia. Então a gente vai dando vários caminhos para que o ouvinte possa se sentir à vontade em escolher a melhor forma para consumir o que a gente já faz", explica.

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Outro caminho trilhado na busca por conteúdos diferentes e inovadores e que está em franca ascensão no Brasil são os podcasts. O gerente de jornalismo da CBN afirma que o mercado de podcasts está em formação e que os profissionais estão trabalhando para entendê-lo. "A gente olha como que funciona na Europa e nos EUA, mas é muito difícil de comparar com a realidade brasileira. Tem gente que acha que o podcast ideal é aquele com 20 minutos de duração, outros já acham melhor com mais de uma hora de duração. A gente está flertando com todos os formatos para entender justamente o que o ouvinte quer", diz.

Barbosa também detecta outro fenômeno que pode contribuir para o aumento no interesse por podcasts. "Com cada vez mais pessoas morando sozinhas, isso de ouvir podcasts enquanto faz outras atividades domésticas faz mais sentido. Você tem alguém conversando com você. Por mais que a gente tenha o hábito aqui no Brasil de assistir televisão como companhia em casa, o podcast veio para trazer uma experiência melhor."

Apesar de todas essas mudanças, algumas características próprias do rádio continuam intactas e, para o jornalista da CBN, nunca serão substituídas. É o caso da programação ao vivo e da capacidade de contar boas histórias.

"O grande diferencial do rádio é e sempre foi o rádio ao vivo, o que tá acontecendo agora, e por isso é sempre importante ter repórter na rua, vendo o que está acontecendo e contando para o ouvinte o que ele está vendo. Encontrar boas histórias e saber contá-las da melhor maneira possível, isso é insubstituível", ressalta.

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