Agora que o curso está acabando, fica ainda mais claro como cada um, com seu jeito e sua mania, tornaram os últimos três meses mais agradáveis. Sim, porque "abandonar" o conforto da cidade de origem, a família, o emprego e chegar a um lugar absurdamente grande e desconhecido como São Paulo não é pra qualquer um.
O nosso caso é ainda mais peculiar, pois toda nossa rotina é dedicada ao curso. Eu, por exemplo, saio por volta das 8h de casa e costumo voltar só 15 horas depois. Restava conviver com eles só o tempo todo, do bom dia a barzinho no fim do expediente. Até chegaram a falar, entre uma cerveja e outra, que viramos uma família. Concordei no ato.
Na semana passada, eu e essas 29 figuras assistimos a uma palestra sobre gestão de carreira, o que inspirou uma brincadeira. Cada um era alvo de um exercício de futurologia em relação a seu futuro profissional. Os cargos eram vários. Colaborador de revistas "da esquerda", editor frustrado da grande mídia, repórter cultural, assessor de imprensa de museu (!), rei de Curitiba (gostei) e outros.
Brincadeiras à parte, temos a certeza que cada um vai seguir um caminho de sucesso. Ao misturar um pouco de inconsequência juvenil com o talento profissional que já demonstram ter, além de exibir humildade, respeito e profundo companheirismo, eles me conquistaram plenamente. O que me deixa um tanto cabisbaixo é saber que cada um vai trilhar um rumo diferente. Aos poucos, vamos ficar cada vez mais desconectados. Sabemos que aquela sala gargalhante com os 30 focas de 2010 não voltará a existir. Mas fico feliz em ter a certeza que todos se darão muito bem, independente do que acontecer. No futuro, quando eu ler a assinatura de uma grande reportagem de sucesso por aí e lembrar do antigo foca da 21ª turma, apontarei o dedo e direi a quem estiver mais perto: 'Olha, é meu amigo!'