Durante o curso Estado, tive contato com diversos profissionais de assessoria e alguns deles deram um bom apoio. Foram os casos das assessoras que prestam serviço à Associação Comercial de São Paulo e me ajudaram a entrevistar o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem; e do assessor da Via Amarela, que me guiou em uma visita às obras da Linha 4-Amarela do Metrô.
Mas nem sempre isso ocorre. Em muitas ocasiões, os assessores não dão muito apoio e só querem passar o que convém a eles e aos seus clientes - por motivos óbvios. A situação pode ficar pior e mais burocrática quando lidamos com órgãos do governo. Ainda mais se você é um foca e as pessoas não te conhecem.
Paciência, nessa situação, é fundamental - muitos "chás de cadeira" serão tomados.
Aliás, a paciência varia de acordo com o deadline e você não deve ser um refém do assessor. É preciso deixar claro os seus limites de horário e cobrar uma resposta. Em casos cujas respostas não sejam dadas, partimos para o bom e velho "até o fechamento desta edição, o fulano de tal não se manifestou" - mostre ao leitor que houve a intenção de ouvir todos os lados envolvidos.
Outro ponto importante a ser destacado é que dificilmente um furo será obtido por meio das assessorias. Não adianta, por exemplo, falar com a assessoria de uma prefeitura e pedir a lista de obras superfaturadas.
Há muito preconceito em relação à área de assessoria de imprensa. Tenho muitos colegas jornalistas que se negam a realizar esse tipo de atividade. Eu, por exemplo, já trabalhei em um escritório de assessoria. Achei interessante e gostei das pessoas com quem trabalhei. Foi uma grande oportunidade para ver o outro lado do balcão.
Hoje, em uma redação, essa minha experiência sem dúvida ajuda nos momentos em que preciso lidar com os assessores - tanto os bons, quanto os ruins. Mas a busca pelos dois - ou mais - lados de um caso é a experiência de redação que pode trazer. Assessoria de imprensa, afinal, está lá para defender os interesses do cliente.