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Palestra põe em xeque a cobertura jornalística em educação

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Por Redação
Atualização:

Gustavo Aguiar

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A cobertura de educação é o tema da conversa de Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, com os estudantes de jornalismo participantes da Semana Estado. Para o especialista, formar profissionais de comunicação capacitados para acompanhar a agenda educacional é fundamental para garantir que o Brasil avance nesse tema. Daniel Cara destaca a destinação dos royalties do pré-sal para a educação como uma nova etapa para a cobertura na área. "A população precisa saber o quanto se gasta no setor, e essa nova política vai ajudar a aumentar o interesse no tema", prevê.

"As redações têm se interessado menos pela cobertura do tema. Educação perdeu cadernos especiais e foi parar em editorias que, algumas vezes, confundem os assuntos", aponta. Na avaliação dele, os jornais precisam se interessar mais pelo cotidiano em sala de aula como uma forma de oferecer ao leitor um melhor retrato das escolas no Brasil.

"Acho que o leitor se preocupa com a educação do próprio filho, mas tem poucas informações sobre o macro." Fenômeno diferente do que Cara garante ocorrer na Inglaterra, por exemplo, em que a sociedade inglesa se interessa em discutir o assunto porque considera a educação relevante na transformação social há gerações. "Isso vem acontecendo aos poucos no Brasil, mas ainda é um movimento recente."

Cara aponta problemas essenciais na cobertura de educação no Brasil. Na avaliação do especialista, os assuntos que costumam render reportagens acabam não representando nenhum benefício para o debate da melhoria dos níveis de educação. Na opinião dele, a busca do repórter por um elemento extraordinário e transformador no dia a dia das escolas, por exemplo, são normalmente isolados e dificilmente replicáveis. "Falar sobre políticas educacionais é muito mais relevante, e infinitamente mais variado. Mas para um bom debate, os jornalistas precisam variar fontes", sugere.

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