Quando chegamos, normalmente andamos em grupos de três e todos sabem quem somos. Parece que na testa de cada um está escrito "FOCA". O olhar perdido, tentando achar o editor que ficará responsável por nós durante a semana, denuncia.
Logo no início fiquei na editoria de Esportes, tema sobre o qual tenho muito pouco domínio. Achei que isso seria um problema, mas com um pouco de pesquisa, eu, Luiz e Luiza - "Dá para fazer uma dupla sertaneja", brincaram repórteres e editores - conseguimos dar conta de notinhas do Jogo Rápido e até de matérias em algumas das edições.
O mais interessante foi poder acompanhar o andamento da editoria. A reunião de pauta por volta das 15h45 parece mais uma conversa entre amigos sobre o que está acontecendo no universo esportivo, principalmente no futebol. Há também a dificuldade em encontrar espaço para mais matérias na hora de desenhar as páginas. Faltando algumas horas para o primeiro fechamento, a entrada de um anúncio desfaz esse planejamento e demandou do editor e do repórter o máximo de concisão para contar em uma coluna o que havia escrito em seis.
Nesta semana, estou vivendo um pouco do outro lado. É claro que anúncios são sempre bons para o jornal, mas, enquanto em Esportes um anúncio fez todo mundo quebrar a cabeça para fazer o texto caber, nos Classificados uma das intenções principais da matéria é atrair o leitor para o caderno onde está a maioria das ofertas dos anunciantes. Nessa hora, valem as dicas dos ex-focas, que estão espalhados por diversas editorias do jornal.
Mariana Niederauer, de 21 anos, é formada em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB)