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Portal Voz das Comunidades quer mostrar o RJ além da violência

Projeto comunitário é financiado por empresas da própria comunidade e conta com a colaboração de voluntário para a produção de conteúdo

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Por Redação
Atualização:

Por Pedro Alves

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"No Rio de Janeiro (RJ), todos os outros veículos só mostram a violência. Operações da polícia aparecem na TV o dia inteiro, a semana toda", afirma a jornalista Melissa Canabrava, integrante do portal Voz das Comunidades. Iniciativa independente de jornalismo comunitário, o portal tem uma missão principal: explorar a cidade além do que costuma sair na grande mídia. "E os outros projetos? E as coisas boas? Isso não aparece. Nosso objetivo é mostrar que existem coisas além do tráfico, da violência e da luxúria em cima da pobreza e do armamento", continua.

Criado em 2005, por Rene Silva dos Santos, o projeto faz uma cobertura das favelas cariocas partindo da perspectiva de quem mora nelas. O portal é independente e financiado por empreendimentos locais das próprias comunidades, além de parcerias com empresas e organizações que desejam utilizar do poder de circulação que o veículo de mídia tem entre os moradores locais. Hoje, o site conta com mais de 50 colaboradores, a maioria voluntários.

A jornalista Melissa Cannabrava representou o portal Voz das Comunidades, que pretende mostrar outro lado do Rio de Janeiro (RJ) Foto: Estadão

"A gente procura um equilíbrio. Não trabalhamos só com coisas boas, porque aí ficaria uma máscara. Mas mostramos a realidade", afirma Melissa. A jornalista cita o exemplo de uma ocupação no complexo de favelas do Alemão, em 2010.  Segundo ela, à ocasião, a maior parte da mídia se informou apenas por fontes policiais, o que teria enviesado a cobertura do fato.

"Quando tem operação policial, os grandes veículos ficam na beirada, um bairro antes do morro. Quem vê acha que eles realmente estão lá dentro, de colete e capacete. A grande imprensa não entra na favela", continua.

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Para Melissa, a perspectiva é de crescimento de veículos independentes em um futuro próximo. "Diariamente, a gente vê novas página em redes sociais, sites pequenos. Está virando uma onda gigantesca. A mídia independente tem ganhado muita credibilidade enquanto as outras perdem. Essas páginas que estão começando agora vão ser as grandes mídias do futuro", afirma.

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