Redação
18 de novembro de 2010 | 15h00
Falta menos de um mês para o final da 21ª edição do Curso Estado de Jornalismo. Pensar em quantos dias faltam em vez do número de dias passados diz muito sobre a nossa realidade. Vivemos de prazos. Não temos um número ‘x’ de horas para entregar um texto, mas até tal hora para fechar uma matéria. Para ser mais claro: nossa contagem é sempre regressiva.
Nossos esforços são voltados a evitar contratempos. O prazo de 23h59 para entregar um texto foi o nosso parâmetro nos últimos meses. Enquanto não chega a hora, lembramos os fatos e passamos os ocorridos para o papel.
Temos nossos bloquinhos e gravadores não por acaso. Ter uma memória fotográfica ajuda muito, mas não há cabeça capaz de guardar a quantidade de informações com as quais temos de lidar. Há uma relação inversamente proporcional entre a passagem do tempo e a capacidade de armazenarmos conteúdo.
Ainda inédita no Brasil, a história em quadrinhos Asterios Polyp fala um pouco da forma como administramos o tempo em prol de nossas lembranças. “Toda memória, não importa o quão remota ela seja, está situada no ‘agora’, no momento em que ela é convocada na mente”, diz o protagonista da obra.
Convoco diariamente uma série de informações. Desde o dia primeiro de setembro tenho vivido uma série de ‘agoras’, tenham sido eles publicados ou não.
Falta menos de um mês para o final do curso. Não parece ser o suficiente. O tempo passa mais rápido a cada instante. Nos aproximamos dos finalmentes.
Ramon Vitral, de 24 anos, é formado em Jornalismo pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF)
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