Ter acesso fácil às estações do Metrô é um dos caminhos para fugir do trânsito. Muitos reclamam de falhas e superlotação (3,4 milhões de usuários por dia, segundo estimativas recentes), mas a praticidade e a oferta constante fazem dele uma opção considerável. Cito isso porque fiquei surpreso com a utilidade do meio de transporte. Sou de Belo Horizonte, cidade que possui atendimento restrito desse serviço: esperar ônibus representa a única saída para grande parte das pessoas.
Decidi morar na região central de São Paulo e pensava que veria congestionamentos na porta de casa diariamente. Por sorte, a previsão estava errada. Os quilômetros de lentidão nos horários de pico preocupam, porém isso não ocorre em todas as vias, o tempo inteiro, sete dias por semana. A cidade possui ritmo intenso. Mas também apresenta momentos calmos. Um dos exemplos é a relativa tranquilidade aos domingos, quando muitas lojas ficam fechadas e podemos fazer atividades sem a agitação habitual.
Trata-se de uma terra de oportunidades e de pessoas voltadas para o trabalho. Por aqui, vi um colega de quarto ser promovido em quatro semanas. Tenho dúvidas se o mesmo ocorreria em outros locais. A cidade tem problemas? Sim, vários. Contudo, ela se mostra capaz de acolher quem pretende vê-la não apenas pelos aspectos negativos de uma metrópole. Ela tem mais a oferecer do que parece, sobretudo quando a analisamos de longe. Se o balanço entre pontos positivos e negativos for feito com atenção, a cidade passa a não assustar tanto.