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O dia a dia dos alunos Curso Estado de Jornalismo

TV ou jornal?

A vida de muitos jornalistas recém-formados é uma sequência de trabalhos free lancers fixos - ou seja, ficar meses na mesma empresa sem ter a carteira assinada. A minha, no Rio Grande do Sul, não foi diferente: durante mais de um ano emendei cobertura de férias e licenças maternidade alheias, trabalhos em projetos especiais e tapa-furos emergenciais. A insegurança de não saber se eu teria trabalho (e salário) no mês seguinte incomodava, mas tive a excelente experiência de passar por três diferentes ramos do jornalismo. Trabalhei em TV, primeiro como repórter e depois como produtora, passei por um jornal impresso e depois fui parar na internet. Por isso, me sinto autorizada a dar algumas dicas que podem ajudar jovens estudantes a resolver aquele dilema: TV ou jornal?

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Por Redação
Atualização:

1- Esqueça o estereótipo de que TV é glamour. Para ser repórter você tem de começar bem debaixo, em alguma TV do interior na qual você vai assumir todas as funções (pauteiro, produtor, editor, apresentador e, às vezes, até maquiador) e ganhar um salário módico.

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2- Enterre a ideia de que só os bonitos têm vez. Pense em alguns grandes nomes da reportagem televisiva do Brasil e você vai perceber que muitos não são modelos de beleza. Entretanto, não vou mentir para as meninas: existe, sim, uma cobrança para que você esteja sempre arrumada e maquiada e seja magra, pois o vídeo realmente engorda.

3- Se beleza não é fundamental, desenvoltura é. Ficar natural na frente da câmera é tudo para construir uma carreira na telinha. Algumas pessoas nascem com esse talento, outras não. Se você faz parte do grupo dos travados, treine na frente do espelho, fale alto, faça caras e bocas.

4- Outra opção é ficar nos bastidores. A maioria dos jornalistas de TV ficam atrás das câmeras e é muito mais fácil conseguir uma vaga como editor ou produtor. O trabalho desses profissionais não é dos mais tranquilos. Eles correm contra o tempo para ter tudo pronto na hora do noticiário começar.

5- O mundo do jornal impresso é menos estressante. É mais fácil administrar o deadline e você não tem de se preocupar com sua roupa ou maquiagem (mas também não é bom ser desleixado). Na TV, você tem muito mais chance de ser escalado para trabalhar às 4 da manhã e colocar o telejornal matutino no ar. No jornal, você geralmente tem as manhãs livres.

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6- A apuração para um jornal é bem mais detalhada. É necessário ouvir mais fontes e escrever mais para fazer uma boa reportagem. Trocando em miúdos, a imprensa escrita é mais aprofundada do que a mídia eletrônica. Se você não gosta da ideia de gastar os dedos nas teclas do telefone e ouvir mil versões para uma mesma história, esqueça.

7- A TV tem o apoio das imagens e elas fornecem muitas informações sozinhas, logo, o texto é menos detalhado. Além disso, você construirá um texto para ser lido e deve evitar frases longas e palavras complicadas. O jornal dá a oportunidade de escrever de forma menos simplista e aproveitar vários recursos da língua.

8- Quem escolher o jornal impresso deve tomar cuidado para não cair na armadilha de passar o mês inteiro sem ver o sol, apenas sentado na frente do computador. Neste ponto, a TV tem uma vantagem, que é a de obrigar o repórter a ir para a rua.

9- Estar bem informado é regra para qualquer veículo. Os jornalistas de impresso tendem a dedicar mais tempo à caça de informações. Se você está  na TV, faça um esforço para ler ao menos um jornal diário e fique sempre ligado no rádio.

10- Se você tiver oportunidade, passe por todos os veículos durante a faculdade (TV, rádio, jornal e internet). Afinal, o futuro é multimídia.

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Bruna Maia, de 24 anos, é formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Foto: Estadão
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