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O dia a dia dos alunos Curso Estado de Jornalismo

Vídeo-games levam o leitor para dentro das notícias e ganham espaço na produção jornalística

Por Raquel Brandão

Por Carla Miranda
Atualização:

Os jogos do Super Mário ou do Donkey Kong, por exemplo, fizeram parte da infância de muita gente e, sem dúvida, ainda ganham o coração de muitos adultos. Mas agora os vídeo-games não se restringem aos momentos de lazer, eles também são ferramentas de informação. Em 2003 surgiu o conceito de newsgames: jogos feitos com base em notícias ou informações. Que, desde então, aparecem cada vez mais nos sites dos mais importantes veículos do mundo como New York Times e The Guardian.

O editor do núcleo jovem digital da editora Abril Fred Di Giacomo é uma das referências em newsgames no Brasil. Formado pela Unesp, desde a faculdade ele sabia que sua área era a multimídia. "Eu pensava que estava fazendo a plataforma do meu tempo. Então, não era aquele que ficava mais preocupado com o tamanho do texto, mas fazia webdocumentário e sites", explica.

Como conclusão do Curso Abril de 2006, Giacomo produziu um projeto digital para a Capricho, que lhe rendeu uma vaga no site da revista Mundo Estranho. Foi lá que o jornalista começou a produzir seus primeiros newsgames. "Meu editor pediu que eu inventasse o site mais legal que eu pudesse imaginar", conta Giacomo que desenvolveu, no início de 2007, uma página rica em conteúdo multimídia, com vídeos, áudios e, claro, jogos. "O ano de 2007 parece ser o que inaugura o formato do jogo de notícias. Foi quando, além do nosso núcleo, outros veículos, como o G1, começaram a experimentar esses modelos."

A experiência de maior sucesso foi o Filosofighters,um newsgame da Superinteressante inspirado no célebre jogo Street Fighter, em que os mais famosos filósofos lutam entre si com armas criadas a partir de suas teorias. O jogo ganhou repercussão internacional, como na revista PC Games e no jornal Le Monde Diplomatique, e foi criada até uma versão em inglês para usuários do restante do mundo.

De acordo com Giacomo, um jornalista não precisa saber programar para criar um jogo noticioso, o mais importante é pensar no roteiro e como o leitor vai interagir com a notícia. "O vídeo-game tem poder de simulação, o que permite que o leitor esteja dentro da notícia." Por isso, a apuração é ainda mais detalhada. "Nada está por acaso no newsgame. A apuração é específica, vai além da história."

Para quem quer se aventurar nos newsgames, Giacomo dá algumas dicas: "Jogue vídeo-game e leve a sério. Pense como fazer uma linguagem mais aprofundada. Esse é um dos mercados que mais fatura no mundo."

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