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Após assalto, Procon vai entrar com processo contra MetrôRio

Vítimas de arrastão ocorrido na noite da última quinta-feira entrarão com ação coletiva pelo ressarcimento de bens roubados

Por Carina Bacelar
Atualização:

O Procon estadual do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira que entrará com um processo administrativo contra a concessionária MetrôRio por causa do arrastão ocorrido na última quinta-feira à noite em um trem da linha 1. De acordo com o Procon, autarquia estadual encarregada da proteção e defesa do consumidor, é responsabilidade da empresa garantir a segurança dos clientes, o que está previsto no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor.

De acordo com o diretor jurídico do Procon-RJ, Calos Eduardo Amorim, as vítimas que quiserem ressarcimento pelos bens roubados devem procurar a instituição. "Temos competência para determinar que a empresa faça  a reposição (dos bens) e caso ela não faça, a multa aplicada seria bem maior que o valor dos bens somados", disse. Amorim esclareceu que as concessionárias são obrigadas a fornecer serviço adequado e de forma segura. "Definitivamente, o transporte não foi seguro", avaliou. De acordo com o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, destaca Amorim, "o fornecedor só ficaria ausente de responsabilidade se comprovasse culpa exclusiva do consumidor".

 Foto: Estadão

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Oito das 16 vítimas do assalto vão entrar na Justiça com uma ação coletiva por danos morais e materiais contra a concessionária. Eles querem ser ressarcidos. Dez das vítimas participam de um grupo no aplicativo WhatsApp, em que discutem o desenrolar das investigações e medidas contra a empresa.

O advogado Paulo Miranda, de 37 anos, decidiu recorrer à Justiça, por considerá-la o caminho mais fácil para ser indenizado. "Desisti de registrar reclamação (no Procon) porque não ia dar em nada", disse. Ele afirmou que, na semana passada, telefonou para a ouvidoria do metrô. Segundo ele,a empresa informou que não se responsabilizará pelos objetos roubados. "Como pode o MetrôRio, uma concessionária de serviço público, por em risco a vida de seus clientes que estavam dentro de um recinto privado, sob administração dessa concessionária, que não garantequalquer segurança a seus usuários?", questiona o advogado, que teve a mochila com cartões bancários e a chave de casa roubada.

A estudante de educação física Leide Macedo, de 34 anos, estava com o pai, o professor Antonio José de Figueiredo, de 49, no momento do assalto. Os dois aceitaram ingressar com a ação coletiva. "Meu pai perdeu um dia de trabalho por ter todo o seu material furtado", disse Leide. Os bandidos levaram seu relógio e sua aliança, enquanto Figueiredo teve um notebook, um tablet e um celular roubados pelos bandidos. "Se entram com armas, daqui a pouco vão entrar com bombas. Eu não tenho mais coragem de andar de metrô", queixou-se.

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Leide criticou o tratamento dispensado pela MetrôRio aos passageiros assaltados. "O amparo que o metrô nos deu foi nenhum. Nós ficamos mais de quatro horas na porta daquela delegacia, sem dinheiro para comprar nada, com fome. Meu pai é diabético, então tinha que se alimentar de três em três horas, e isso não aconteceu. Eu passei mal e a única pessoa que me ofereceu uma garrafa de água foi o delegado." Segundo as vítimas, logo depois do assalto, o metrô deixou todos em uma sala por 30 minutos, onde deram nomes e listaram os objetos que roubados. Depois disso, foram transportados para a delegacia.

A concessionária informou, em nota, que no dia do ocorrido "prestou todo suporte aos usuários, fornecendo transporte para deslocamento até a unidade policial, serviço de chaveiro, bem como deslocamento para a residência para aqueles que solicitaram". O MetrôRio não respondeu ao Estado sobre se reembolsará as vítimas.

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