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Grupo protesta em Copacabana contra assédio a mulheres

Fundadoras do bloco carnavalesco Mulheres Rodadas criaram o fictício "Dia Internacional da Minissaia" para protestar contra a violência

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Por Mariana Sallowicz
Atualização:

Um grupo se reúne na tarde deste domingo,8, Dia Internacional da Mulher, no posto 4 da praia da Copacabana, na zona sul,para celebrar o direito de as mulheres se vestirem como quiserem, sem assédio. Para celebrar o evento, foi criado a data fictícia "Dia Internacional da Minissaia". Mulheres e homens foram convidados a participar usando a peça feminina.

"Criamos esse dia em alusão à peça, que tem histórico de resistência porque clamava pela liberdade da mulher há mais de 50 anos. O problema é quehoje ainda é preciso repetir que a mulher tem o direito de vestir como quiser sem sofrer assédio, julgamento moral ou violência por causa disso", afirmou uma das organizadoras do evento, a jornalista Renata Rodrigues, 38.

 

Normalistas se juntam ao protesto. ( Foto: Marcos Arcoverde / Estadão)

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O evento de hoje, que começou às 14 horas e reuniu cerca de 100 pessoas, tem diversas atividades, como grafite, dança e música. No Carnaval, o mesmo grupo criou o "Bloco das Mulheres Rodadas". "É um bloco feminista. A nossa proposta é ridicularizar atitudes machistas".

No Facebook, foi criado o evento "Dia Internacional da Minissaia - Mulheres Rodadas pelo direito de rodar", em que o público é chamado para "dançar, celebrar e gritar por mais direitos".

De acordo com Renata, jovens estudantes também irão se juntar ao evento, vestindo uniformes e carregando cartazes. Elas vão às ruas em defesa da estudante de 16 anos que foi molestada dentro de um ônibus a caminho da escola nesta semana.

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A educadora Rogéria Peixinho, de 44 anos, ativista da Associação de Mulheres Brasileira (AMB), participa do evento ao lado de integrantes de outros movimentos feministas. Ela levou ao calçadão de Copacabana uma faixa de 6 metros que diz: "Nenhuma mulher deve ser presa ou maltratada por ter feito aborto".

"O nosso eixo principal na luta do 8 de março neste ano é a legalização do aborto, em alusão a essas mortes todas que ocorrem no Brasil. Também é uma homenagem a Elisângela e Jandira, que morreram em setembro". Jandira Magdalena dos Santos Cruz e Elisângela Barbosa perderam a vida após fazerem abortos em clínicas clandestinas, em Campo Grande (zona oeste do Rio) e Niterói (região metropolitana do Rio).

Rogéria afirmou que está previsto para amanhã, às 16h, outro ato no centro do Rio, no Largo da Carioca, em defesa da regulamentação da prática no País.

 

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