Desejada pelos próprios surfistas da Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês), a praia de São Conrado, na zona sul do Rio, não será incluída como alternativa para a etapa brasileira do circuito devido à poluição. O evento está programado para acontecer entre os dias 11 e 22 de maio no Postinho da Barra da Tijuca, na zona oeste. Caso as ondas não estejam adequadas, a alternativa será um outro local da Barra, na altura do Posto 6.
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"O que inviabilizou foi a poluição! A opção de São Conrado como sede de backup é uma solicitação antiga dos próprios surfistas do tour, que nos anos anteriores, quando as condições não estavam favoráveis no Postinho, iam surfar nas ondas de São Conrado e nunca tiveram problemas com a poluição", conta Xandi Fontes, um dos organizadores da etapa brasileira. "Infelizmente, bastou a gente se interessar e planejar para que a sede de backup fosse lá que os problemas começaram a se agravar."
Dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vêm mostrando reiteradamente que o local apresenta alto índice de coliformes termotolerantes, o que o torna impróprio para banho. A última vez que a praia apresentou condições foi em setembro do ano passado.
Uma série de obras realizadas pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) na região deveria ter sido terminada ainda no ano passado, mas a previsão mais otimista aponta para 2016. Para piorar, nas últimas semanas surfistas e moradores têm registrado vazamento de esgoto na água - uma tubulação se rompeu. Além de São Conrado, o sistema capta também o esgoto da favela da Rocinha, uma das maiores da América Latina, com estimados 70 mil habitantes.
"Como a obra que está sendo feita para sanar este problema ainda não foi concluída, e com os últimos rompimentos da tubulação, decidimos em conjunto com a WSL transferir a sede de backup para o meio da Barra da Tijuca, próximo ao Posto 6", explica Xandi. "Diferentemente do Postinho, o local funciona também com swell de leste em dias de ondulações menores. O lugar já foi inclusive usado como sede principal do mesmo evento."
Apesar da mudança de alternativa para o Posto 6, Xandi explica que a etapa brasileira não terá nenhum prejuízo. "Estamos usando exatamente a mesma estrutura que estaríamos usando em São Conrado. Apenas tivemos uma correria a mais em nosso cronograma de montagens."