Foto do(a) blog

Notícias, roteiros e dicas que vão além do cartão-postal

Ronaldinho Gaúcho no Vasco e a espera pelas caixas de som

Eurico Miranda anuncia que contratação do jogador está encaminhada, mas isso não quer dizer muita coisa

PUBLICIDADE

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

Uma operação frustrada entrou para o folclore do futebol gaúcho nos primeiros dias de 2011. Então presidente do Grêmio, Paulo Odone estava muito animado - e convicto - com a contratação de Ronaldinho pelo tricolor gaúcho. A concretização do negócio entraria para a bíblia do futebol como o retorno do filho pródigo à casa onde ele nasceu para o esporte bretão. Tanto que o Odone mandou instalar caixas de som extras no estádio Olímpico para a festa de recepção do craque.

PUBLICIDADE

Aqui, um parêntese. Ronaldinho despontou para o futebol em 1999. Habilidoso e ousado, ganhou notoriedade naquele ano por dois lances emblemáticos. Um deles foi o chapéu no Dunga, capitão do Internacional, na segunda partida da final do Campeonato Gaúcho. O outro foi um chapéu num marcador venezuelano que terminou em gol durante a Copa América.

Sim, houve um tempo em que jogadores brasileiros davam chapéus em jogadores venezuelanos.

Ronaldinho Gaúcho negocia com o Vasco e, segundo Eurico Miranda, está animado com a possibilidade de jogar em São Januário ( Foto: Fabio Motta/Estadão)

Mas o chapéu maior de todos o Ronaldinho daria em 2001. Maior promessa do futebol brasileiro, ele despertou a cobiça de clubes europeus. O Grêmio fez uma proposta milionária para que ele permanecesse. E a proposta era tão tentadora que o presidente do clube naquele ano, José Alberto Guerreiro, decidiu instalar uma faixa no portão de acesso ao estádio Olímpico: "Não vendemos craques. Favor não insistir", dizia o cartaz. Logo abaixo, a frase era traduzida para o inglês.

Óbvio que era uma faixa para inglês ver.

Publicidade

Sim, porque o tricolor gaúcho acabou não vendendo mesmo: o Ronaldinho saiu (quase) de graça. O empresário e irmão do jogador, Roberto de Assis Moreira, negociou diretamente com o Paris Saint-Germain após a sanção da nova Lei do Passe - que, basicamente, extinguiu o passe, veja só - e o Ronaldinho foi jogar no PSG. O Grêmio teve que se contentar com uma indenizaçãozinha marota.

Fechando o parêntese. Aconteceu que, naqueles primeiros dias de 2011, estava tudo alinhavado para o craque voltar ao Grêmio. O negócio estava acertado com o Assis e a torcida estava mobilizada pelo retorno, porque sabia que um dia ele iria retornar e pagar seu débito (?) com o clube. E anunciaria sua volta às origens aos quatro ventos em caixas de som exclusivas.

Mas não rolou. No Rio, o Ronaldinho reuniu a imprensa para dizer que "agora eu sou Mengão!". No sul, só restou ao Paulo Odone mandar recolher as caixas de som e entrar para o folclore.

Agora, anuncia-se que o Vasco está para fechar com o Ronaldinho. Diz o presidente do clube, Eurico Miranda, que "está 90% concretizado", que ele já conversou pessoalmente com o jogador e que está fechando a parte financeira com o Assis. Mas ponderou o Eurico, um dirigente bastante afeito a ponderações: "Quando você constrói um prédio, se está faltando 10% é porque não foi liberado para morar".

Nem para instalar as caixas de som.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.