Pouco antes das 10h desta terça-feira, o fotógrafo do Estado Fábio Motta captou o inesperado passeio de um carcará no meio do caos do centro do Rio, tomado por máquinas e tapumes de obras de todos os tipos.
O flagrante foi feito quando o pássaro pousou na janela da redação do Estado, no vigésimo andar de uma das esquinas mais movimentadas da cidade, as avenidas Rio Branco e Presidente Vargas.
Depois de alguns segundos, o carcará voou entre os prédios comerciais.
Conhecido por comer tudo o que vê pela frente, o carcará é também chamado de caracará, onomatopeia para o som que emite ("cará, cará"), carancho, caracaraí e gavião de queimada. O habitat são campos, cerrados, borda de matas e também centros urbanos. Mede cerca de 55 centímetros da cabeça à cauda e 120 centímetros de envergadura. Tem uma espécie de solidéu preto na cabeça e pelo bico adunco e alto.
Oportunista, come animais vivos ou mortos, restos de comida, vísceras. Caça lagartos e cobras, "rouba" filhotes de outras aves e se une a outros carcarás para matar presas maiores. Também ataca filhotes recém nascidos como cordeiros (também chamados burregos) e outros animais.Em 1965, a música 'Carcará', de João do Vale e José Cândido, gravada por Maria Bethânia, destaca a "maldade"com as presas e o hábito do pássaro de caçar em queimadas.
Carcará João do Vale / José Cândido
Carcará Lá no sertão É um bicho que avoa que nem avião É um pássaro malvado Tem o bico volteado que nem gavião Carcará Quando vê roça queimada Sai voando, cantando, Carcará Vai fazer sua caçada Carcará come inté cobra queimada Quando chega o tempo da invernada O sertão não tem mais roça queimada Carcará mesmo assim num passa fome Os burrego que nasce na baixada Carcará Pega, mata e come Carcará Num vai morrer de fome Carcará Mais coragem do que home Carcará Pega, mata e come Carcará é malvado, é valentão É a águia de lá do meu sertão Os burrego novinho num pode andá Ele puxa o umbigo inté matá Carcará Pega, mata e come Carcará Num vai morrer de fome Carcará Mais coragem do que home Carcará