Em seu julgamento pela morte de 77 pessoas em julho de 2011, Anders Breivik ultrapassou todos os limites de estupidez que a intolerância autoriza. Virou caricatura do mal, um aliado interno ainda mais apavorante que qualquer inimigo invasor, uma espécie de antipropaganda involuntária do ódio racial que se pretende propagar.
Prova disso são as 40 mil pessoas que se reuniram na quinta-feira chuvosa diante do tribunal norueguês só para cantar a música que o extremista julgado disse odiar por considerá-la "propaganda marxista".
Isso num momento em que manifestações de rua genuinamente comunistas têm alcançado na Europa fracasso de público comparável ao das marchas da maconha em Ipanema. Tomara que o exemplo de Breivik tenha ensinado ao terror que tudo, até o radicalismo, tem limites. Daí a pensar em dar cabo do cretino - peralá! -, a extrema-direita precisa mudar seu modus operandi, caramba!