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A pandemia da má notícia

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Por Redação
Atualização:

Por conta da doença da ministra Dilma Roussef e da gripe suína, a má notícia baixou enfermaria no fim de semana passado em busca de um diagnóstico mais apurado para a sucessão de coisas ruins que assola o planeta. Nenhuma outra epidemia atinge tanta gente a todo instante nos quatro cantos do mundo quanto a crônica das primeiras páginas de jornal. A cada edição, uma recaída. Essa do maluco que atropelou 17 tentando atacar a família real holandesa no Dia da Rainha, francamente, precisa ser muito doente, né não?

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Como se não bastassem a General Motors, o Silvio Berlusconi, o baixo clero, o Daniel Dantas, os espiões russos na Otan, a volta do Ratinho, o roubo das fotos íntimas de Carla Bruni, o Rubinho Barrichello, a viagem de Heráclitio Fortes à Polônia, os gols contra do Emerson, os rasantes do avião presidencial americano sobre Nova York, a prole de Fernando Lugo, a risadinha do Gilmar Mendes, as taxas de desemprego, o atirador que matou 12 em universidade do Azerbaijão, a mãe que pagou pra se livrar do cadáver da filha no Rio, a queda do superávit, o crescimento das favelas, o suposto atentado contra Evo Morales, o preço dos ingressos no Pacaembu, o degelo, o tráfico, o destino dos presos de Guantánamo e os engarrafamentos em São Paulo.

O bom de toda má notícia é que haverá sempre outra pior para sucedê-la, o que nos permite não dar tanta importância à iminência da pandemia. Duvido que a tal gripe suína resista mais uma semana nas manchetes. O fim do mundo, esse sim, não tem data para acabar!

Texto publicado na coluna Ambulatório da Notícia do caderno Aliás deste domingo no 'Estadão'.

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