O papo seria outro se tivessem levantado a discussão quando Caetano compôs Rock'n'Raul ("E hoje olha os mano) ou, antes disso, na época que tocava no rádio "A gente somos inútil". O Ultraje a Rigor cantava "a gente não sabemos escolher presidente", e ninguém ligava o verso à pessoa.
No tempo em que o Lula ainda não era piada pronta, tolerava-se o erro intencional de português como figura de linguagem pela qual, ensina o Houaiss, "a concordância das palavras na frase se faz segundo o significado, e não de acordo com as regras da gramática". Hoje em dia, ninguém sabe nem o que é "silepse", né não?