A incompetência não é, nem de longe, o grande problema do poder público no Brasil. Pelo contrário, toda inaptidão crônica funciona, de certa forma, como um atestado de falta de jeito para o malfeito. A gatunagem é uma arte que exige vocação e algum talento, além de um pouco de ambição pessoal e muita cara-de-pau.
Afonso Florence devia dar graças a Deus por deixar o governo pela porta da incapacidade gerencial. Entra assim para uma galeria das exceções que não foram enxotadas do Palácio do Planalto por denúncias de corrupção.
Não sei se o ministro Nelson Jobim, que saiu por causa da língua grande, vai gostar da companhia, mas essas coisas a gente não escolhe. Vão acabar se acostumando um com o outro fazendo par em retrospectos do noticiário sobre futuras quedas de ministros da Dilma.