Tutty Vasques
20 de março de 2012 | 00h01
Tem carioca – ô, raça! – que, não é de hoje, acha Campos (RJ) o fim do mundo, mas o mar sempre foi inocente neste julgamento. A bacia que notabiliza o nome do município fica a 130 quilômetros da costa, que, por sua vez, está a 40 quilômetros do centro da cidade.
Campos dos Goytacazes – sobrenome indígena que quer dizer, entre outras coisas, “caranguejo grande comedor de gentes” – ganhou fama de fim do mundo no sentido figurado da aridez de sua paisagem castigada pelos canaviais adjacentes.
As águas barrentas do Rio Paraíba do Sul e a tradição conservadora do berço político de Anthony e Rosinha Garotinho, atual prefeita da cidade, também não ajudam a livrar a cara do maior colégio eleitoral do interior fluminense.
Pois bem, como se não bastasse tudo isso que volta e meia pesa contra o lugar no noticiário, o governo federal prevê agora vazamentos de óleo em série no mar que batizou com o nome do município sua principal província petrolífera no Brasil.
A fissura de 7 quilômetros no solo marinho da região já seria suficiente para consagrar a Bacia de Campos como principal destino potencial da turnê internacional do fim do mundo no País.
Vocação para isso é o que não falta!
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