Tutty Vasques
01 de março de 2011 | 06h28
Tudo bem que o morador do Leblon e adjacências – ô, raça! – esteja à beira de um ataque de nervos com a proliferação de blocos no Rio. Não é fácil viver de frente para uma multidão barulhenta e doida pra fazer xixi, mas daí a reclamar da “baianização do carnaval carioca”, francamente, é muito preconceito, né não?
Feita a ressalva politicamente correta, é bom que a turma lá de Salvador, em vez de se ofender com a comparação infeliz, abra o olho para o que está acontecendo com o carnaval do concorrente direto. Ou, não demora muito, vai faltar trio elétrico na Bahia para animar a festa. No último fim de semana, eles arrastaram – do Leme ao Pontal – meio milhão de foliões cariocas.
Teve gente que se trancou em casa com saudade do tempo em que, longe da Marquês de Sapucaí, o Rio de Janeiro, fevereiro e março era uma cidade maravilhosa pra quem não gosta de samba no pé. A melhor época do ano para se ir à praia, ao cinema, ao restaurante ou ao Corcovado, sem precisar meter o cotovelo para abrir caminho.
Agora, com um ‘carnaval de rua’ comparável ao de Salvador, o lugar tranquilo mais próximo do carioca durante o reinado de Momo deve ser São Paulo – tomara que ninguém fique chateado com isso.
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