O Ocidente tem bons motivos para desconfiar da reação carpideira dos norte-coreanos, que até então só haviam se mostrados na TV oficial em duas situações: marchando ou acenando bandeirinhas em cerimônias militares.
Chorando aos baldes daquele jeito, francamente, o resto do mundo jamais tinha visto em lugar nenhum do planeta. Os americanos não chegaram a se jogar no chão em momentos de desespero quando assassinaram John Kennedy.
Aqui no Brasil, nem em velório de texto de Nelson Rodrigues a gente encontra viúvas inconsoláveis expondo de maneira tão visceral o que o autor chamava de "dor caricatural".
Contra a tese de que tamanho drama seria encenação promovida pela propaganda comunista, deve-se dizer o seguinte: ninguém finge tão mal! Se pedir pro cigano Igor chorar por Kim Jong-il, ele seria mais convincente diante das câmeras.
Cá pra nós, tem alguma coisa terrivelmente verdadeira no sofrimento coletivo na Coreia do Norte. Ou não!