E o Oscar de melhor roteiro de notícia vai para...

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Por Redação
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Falar em crise de criatividade do cinema mundial em dia de cerimônia de entrega do Oscar é, evidentemente, coisa de gente que não gosta de Carnaval. Ou não estaríamos aqui procurando entender porque a arte que melhor imita a vida está perdendo a capacidade de surpreender o ser humano. Qual foi a última vez que você viu na sala escura um roteiro tão impressionante e sofisticado quanto o da crônica que o noticiário exibiu à luz do dia sobre o drama psicológico da brasileira Paula Oliveira em Zurique?

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Fica muito difícil fazer ficção diante desse gênero de realidade desconcertante cada vez mais frequente na imprensa. Paula, todos se lembram, chegou às bancas junto com Alfie, o inglesinho de 13 anos - carinha de 9 - que disputava com sete ou oito amiguinhos a paternidade do bebê de uma mãe de 15 - carinha de 23. O Reino Unido não dava tanta atenção a uma história desde o penúltimo filme de James Bond.

Sem querer tomar as dores dos roteiristas - ô, raça! -, a culpa não é de todo deles. Os carnavalescos também não sabem direito o que fazer para inventar algo mais impactante do que a vida como ela é. De casos curiosos como os de Benjamin Button (o último filme que me surpreendeu), o inferno está cheio.

Texto publicado na coluna 'Ambulatório da Notícia' do caderno Aliás deste domingo no 'Eastadão'

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