Apesar dos aeroportos abarrotados de gente que não tem pra onde ir e da falta de informação generalizada sobre o destino de cada um - aspectos comuns ao caos aéreo em qualquer lugar do mundo -, existe uma diferença básica no cenário do drama em curso na Europa, se comparado aos transtornos do gênero que estamos acostumados a assistir no Brasil: lá ninguém pula o balcão pra bater em funcionário de companhia aérea.
Pelo menos até agora não pintou no noticiário sobre o fechamento do espaço aéreo no Velho Continente a figura do turista indignado, marca registrada do caos aéreo em solo brasileiro. Melhor assim! É sempre meio esquisito alguém enfurecido em trajes de férias. No verão, então, fica ridículo! Tem coisa mais patética que um senhor de bermudas, óculos escuros e top-sider enfurecido com a mocinha do check-in?
Talvez por causa das guerras que ensinam a superar longas dificuldades coletivas, os europeus aguardam pacientemente que a nuvem negra - seja ela qual for - passe logo. Relaxam e gozam por instinto, não precisam ouvir as bobagens que toda autoridade diz nessas horas em que ninguém sabe exatamente que diabos está acontecendo lá fora.