Tirar o pé do acelerador, como fez agora Massa na Alemanha, pode não ser tão sinistro quanto provocar acidentes em causa própria, mas é decisão moralmente desastrosa para a construção da imagem de um ídolo aspirante à vaga de Ayrton Senna. Pobre torcedor brasileiro: ainda não de todo recuperado do vexame de Barrichello abrindo caminho para Schumacher em 2002, não merecia assistir a este filme de novo.
A lambança está feita, mas Felipe Massa pode ainda escapar do papel ridículo que a repetição da história lhe destina. Precisa, para isso, deixar de lado a pose de contrariadinho - com direito a tromba e tudo -, incompatível com o discurso de quem assume total responsabilidade pelo procedimento cafajeste da Ferrari.
Nem o Muricy Ramalho, que tinha até mais motivo para isso, fez beicinho quando o Fluminense mandou que ele deixasse o Mano Menezes passar sua frente na corrida pela seleção.