Bajulação dos que permanecem presidenciáveis à parte, todo mundo - aí incluídos os maconheiros e os evangélicos - se sentiu um pouco atraído pela personagem, não necessariamente por afinidade ideológica ou ambiental. Para muita gente dos Jardins ou de Ipanema, por exemplo, ela virou uma espécie de Barbie Marina, com seus acessórios étnicos, baton de caldo de beterraba, sapato de couro vegetal e aquele coque de cabelo, que já é uma tendência para o próximo verão em todo o Norte/Nordeste. É o que uns e outros chamam de o "legado de Marina".
Viva a diversidade, a sustentabilidade, os povos da floresta, os seringais, a redução da emissão de gases, as frutas secas, a granola, o mel, a ética na política, Jesus Cristo, os produtos da Natura e o escambau! Marina Silva não é exatamente uma moda: a candidata de Gisele Bündchen e Caetano Veloso é um movimento, uma onda, uma musa. A Playboy só não ligou para ela porque não tem homem na redação para isso. Se depender do departamento comercial da revista, no entanto, a capa de novembro - nas bancas dia seguinte das eleições - já tem dona!
Desde Lula - que também só não posou pelado porque não quis -, o Brasil não constrói fenômeno de massa igual. É isso que nos difere do resto do mundo. Mesmo que depois não dê certo, nenhum outro país do planeta produz um gênero tão sortido de gente antenada com as mudanças. De vez em quando rola um Tiririca, mas isso também tem por toda parte, né?