Tutty Vasques
29 de dezembro de 2010 | 06h09
Autoridades americanas e europeias estão, desde a semana passada, aconselhando a população a adiar os planos de viagem neste fim de ano de frio cavernoso. Como se, para o cristão que programou passar o Natal com a mãe, fosse basicamente a mesma coisa visitar a velha no Halloween.
Ninguém pode, por conta própria, transferir o réveillon para outra ocasião, como insistem os chefes de estado da emergência no hemisfério Norte. Além de congelar rabanadas e estocar fogos em casa, seria necessário trocar as folgas na firma, mexer no calendário escolar das crianças, renegociar o pacote turístico adquirido e ainda torcer por uma coincidência de datas no cruzamento de sua nova agenda de férias com a de parentes e amigos próximos.
Mais sensato, convenhamos, seria o poder público das regiões do planeta sob fortes nevascas adiar oficialmente o Ano Novo para a próxima abertura da primavera no primeiro mundo.
Quem passou o Natal confinado pela neve em aeroportos e estradas teria direito a um vaucher para comemorar duas vezes o nascimento de Cristo em 2011. Que tal?
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