O futuro do bacalhau

Nem só de endividamento público, fuga de capitais e desemprego vive a crise do Velho Mundo. Agora mesmo, Portugal e Noruega se desentendem no parlamento europeu por causa do aspecto do bacalhau.

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Por Redação
Atualização:

Os nórdicos - ô, raça! - defendem o uso de aditivos químicos na salga do peixe para a obtenção de "um produto mais branco" aos olhos do consumidor. Não deu certo com Michael Jackson, mas a bronca dos portugueses nada tem a ver com o tradicional gosto dos gajos pelas mulatas. Está em jogo, alerta a imprensa lusitana, "o futuro do bacalhau".

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O fim do mundo, comenta-se no breu das tascas, começa pela alteração do sabor e da textura do alimento, efeitos colaterais ao processo de branqueamento proposto por Oslo à União Europeia. "É um golpe nórdico: querem acabar com o bacalhau português!" - gritam os jornais de Lisboa.

O clima de guerra levou a Comissão Europeia a adiar sua decisão sobre o arranca-rabo da indústria pesqueira na zona do euro e adjacências.

Seja qual for o veredito, não importa quem tem razão no caso, é muito bom saber que nem só o pacto fiscal, a política de austeridade e os cortes no orçamento alimentam a angústia dos europeus.

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