O outro Pelé!

Na minha juventude de esquerda - ninguém é perfeito! - aprendi a gostar de Oscar Niemeyer justamente pelo que a ditadura militar mais abominava no arquiteto: suas ideias comunistas.

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Por Redação
Atualização:

Ele já vivia no exílio quando comecei a prestar atenção na poesia, na sensualidade e, sobretudo, na modernidade de seus traços eternizados na ousadia futurista de Brasília.

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Mas só um bom tempo depois - melhor deixar as datas pra lá -, numa viagem de férias a Paris, tive a exata dimensão do artista ao visitar uma retrospectiva de sua obra no museu Jeu de Paumme, no Jardin des Tuilleries.

Ao final de um documentário exibido em auditório abarrotado de gente, os aplausos calorosos dos franceses me encheram de um orgulho patriótico que o Brasil autoritário praticamente sonegou de minha adolescência.

Até então, creio, só havia sentido algo parecido com os deuses do futebol, ainda que meu encantamento por Pelé torcesse contra certas ideias que, volta e meia, escapava-lhe ao microfone na contramão da minha juventude.

Bogagem! O tempo se encarregou de coloca-los - Pelé e Niemeyer - no ponto mais alto da admiração de todos os brasileiros. Pra sempre!

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