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Os riscos da era Mano!

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Por Redação
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 Foto: Estadão

Recomposto do trauma que vivenciou na Copa da África do Sul, o brasileiro vive, salvo engano que costumo cometer aos montes, um caso inédito de amor à primeira vista com um técnico de seleção. Foi tudo muito rápido até a lua-de-mel em curso do torcedor com Mano Menezes. Parece um sonho! De vez em quando um jornalista pede pra ele repetir aquelas coisas lindas que tem declarado aos ventos sobre a necessidade de retomar o protagonismo de futebol-arte, deixando para trás o papel de coadjuvante do erro adversário etc. etc.. Não é excitante? Fala de novo, Mano, fala!

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         O torcedor se belisca pra ver se está acordado quando escuta esse tipo de carinho de quem manda a partir de agora na seleção. Faz tão pouco tempo que o Dunga foi embora dizendo palavrões, que ainda soa estranho ouvir a todo instante o novo contratado da CBF reafirmar em tom de voz sereno seu compromisso com o talento, a criatividade e a ousadia do jogador de futebol. O que mais o torcedor precisa para ser feliz de novo?

         Só falta tudo isso acontecer ao mesmo tempo já nesse extemporâneo Brasil x EUA da próxima terça-feira no New Meadwolands Stadium, em New Jersey. Uma hipotética exibição de gala com direito a goleada, dribles espetaculares, rodízio de alternativas táticas e olé no final selaria, em definitivo, essa paixão arrebatadora que Mano Menezes vem despertando no coração atormentado do torcedor brasileiro.

         Custa ainda crer, entretanto, que, de uma hora para outra, as arquibancadas tenham superado inteiramente o cacoete de pegar no pé do treinador, prazer que lhes sobrou no convívio sempre tenso com a seleção nos últimos anos. Não será surpresa para esta coluna se, amanhã, a torcida começar a se perguntar o que é mais irritante em Mano Menezes: seu português correto, seu terno bem cortado, seus raciocínios claros, seus bons modos...? Conheço vários casamentos que acabaram por excesso de virtudes de um dos cônjuges.

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