Parlamentares governistas e de oposição reunidos para a abertura do inquérito logo perceberam algo de estranho na obsessão do ex-presidente pelo sigilo nos trabalhos.
Collor ameaça cotidianamente seus pares e a imprensa: se pegar uma mísera informaçãozinha escorrendo pelos cantos da CPI para os jornais, o "responsável terá punição pelo rigor da lei".
Vamos combinar que uma sala cheia de gente empenhada em quebrar sigilos uns dos outros é o pior dos mundos para um homem atormentado com a possibilidade de toda espécie de vazamento.
É bem provável, inclusive, que essa angústia o acompanhe desde a a mais tenra infância, coisa que o terapeuta do senador não comenta por questão de ética profissional.
Seja como for, não custa nada todo mundo dar um desconto às coisas que o Collor diz na CPI.